quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ilê Axé Obá Tony

Nesse pequeno contexto será
reproduzida a história de vida do terreiro
Ilê Axé Obá Tony.
A sua trajetória é muito especial para
todas as pessoas que viveram e convivem
com esse espaço.
Para falar do Ilê Axé Obá Tony, temos
que falar de uma pessoa, que é Mãe
Elza, que infelizmente não está mais entre
nós. Mas temos que nos conformar
pois é coisa de Olorum. Nós da comunidade
tentamos nos espelhar nesta pessoa
que nos deu sua bondade e sua força de
vontade e tentamos crescer junto com ela.
Assim fazemos também crescer e melhorar
sempre a comunidade do Obá Tony.
Aqui somos uma família onde temos: pais,
mães, filhos(as) tios e netos - todos com
um só objetivo: “o crescimento dessa família”.
O Ilê Axé Obá Tony nasceu no Engenho
Velho da Federação no ano de 1940
e foi fundado por Julieta Costa Ferreira,
filha de santo de Julia Burgan, da nação
Ijexá. Após o falecimento da Mãe Julieta,
sua neta Elza Ferreira Conceição, filha de
Santo de Maria Conceição Azevedo - a
Vovó Conceição, que era filha de santo
do Terreiro da Casa Branca - assume o
Ilê Axé Obá Tony no ano de 1971 “contra
a sua vontade.”
Mãe Elza assumiu o Obá Tony não
por sua vontade pessoal, mas, de certa
forma, por exigência dos Orixás. Com intuito
de proteger os familiares e seus sucessores,
ela veio a assumir o cargo de
Yalorixá do Obá Tony, fazendo do nosso
Terreiro o que conhecemos hoje.
Mesmo contra vontade de exercer o
cargo, Mãe Elza teve ajuda, apoio e conselhos
de pessoas muito especiais e de
grande valor nessa trajetória de sua vida,
como sua mãe de santo - a Vovó Conceição,
Mãe Tatá, Mãe Nitinha, Equede Jilú,
Equede Zurica, Ebame Cosma, Ogan
Supliano, Mãe Caetana. São tantas pes-
Ilê Axé Obá Tony
soas especiais e queridas que se for dizer
o nome de cada um deles necessitaríamos
de várias páginas dessa linda história.
Trabalho com a comunidade:
A falecida Yiá Elza tinha vontade de
montar uma oficina de corte e costura; chegou
até a comprar as máquinas (domésticas),
mas por falta de verbas
para pagar a mão-de-obra,
não pode seguir adiante com o
curso. Em 2007, 2008 e 2009, o
Ilê Axé Obá Tony participou de dois
ciclos de capacitação, provendo este
serviço à comunidade nos trabalhos
em parceria com
KOINONIA.
A Casa proporcionou
a realização
de oficinas
de corte e costura,
junto com
oficinas de direitos
e de elaboração de
projetos, dentro
das ações do
Projeto “Capacitação
e apoio
às comunidades
Negras
Tradicionais
do Brasil”. As
atividades práticas
foram realizadas
no Espaço
Cultural
Vovó Conceição.
O Obá
Tony sempre
realiza festa de
crianças, dias
das mães, doações,
sorteio e
jantares, iniciativas
próprias. Na relação
com a comunidade, é importante
ressaltar que os vizinhos
tinham muita consideração por Yá
Elza, que fez muita coisa pelos moradores
e pelo bairro, como melhoramento das
escadas e do saneamento básico. Ela conseguiu
esses melhoramentos pelo conhecimento
que tinha com pessoas que eram
seus clientes e que a apoiaram para a
melhoria da escada do bairro, que
tinha difícil acesso, pois era
esburacada.
Yá Elza, ou Mãe Elza,
como era chamada, era bastante
conhecida e respeitada
no bairro e o Ilê Axé Obá
Tony conserva esse respeito
e esse bom
relacionamento
com a comunidade.
*Marineide Ferreira Conceição é filha
consangüínea de Mãe Elza
*Marineide Ferreira

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