quarta-feira, 14 de abril de 2010

Comitiva contra Intolerância Religiosa leva Axé para Brasília

Pela primeira vez na história da República do Brasil, a Câmara Federal abre suas portas para a discussão sobre a religiosidade afro-brasileira, na Sessão Solene: Religiões Afro-brasileiras – Tradição e Resistência, que aconteceu no dia 20 de março de 2003, na Câmara Federal, Plenário Ulysses Guimarães, presidida e organizada pelo Deputado Federal Luiz Alberto - PT/BA.A Sessão Solene além de homenagem às religiões afro-brasileiras, foi também, um protesto contra a seqüência de ataques à liberdade religiosa, que têm como alvo preferencial, os seguidores de variações do candomblé."Uma das metas do Deputado Federal Luiz Alberto, com a proposição desta Sessão Solene, é assegurar o direito constitucional de liberdade de culto religioso no Brasil. Segundo o discurso do parlamentar: “Esta sessão tem como propósito especial atuar como um importante e oportuno alerta ao povo do nosso País ao que muitos já sabem: a prática da utilização dos veículos de comunicação, em especial o rádio e a televisão, num claro desvio de suas finalidades prioritárias na condição de agente integrador, substituindo essa missão social por ações sistemáticas de agressões às mais dignas tradições religiosas de base afro-brasileira, afro-indígena, entre outras”.Segundo informações da assessoria do deputado Luis Alberto, a reunião foi constituída de uma palavra chave - emoções - compartilhadas por autoridades religiosas de várias vertentes, pelo Ministro da Cultura, Gilberto Gil Moreira, pelo Presidente da Fundação Palmares, Ubiratan Castro, por representantes de entidades de movimentos negros brasileiros e pelas centenas de simpatizantes e seguidores dos cultos afro-brasileiros que foram a Brasília especialmente para esta solenidade."Alegria, orgulho, solidariedade, sentimentos de luta e confraternização serviram de contraponto ao clima de guerra em que os Estados Unidos da América mergulharam o mundo – contexto citado em vários discursos. O Movimento contra a Intolerância Religiosa, sediado em Salvador, levou cerca de 200 pessoas para esta Sessão Solene e foi um dos responsáveis pelos momentos finais, em que rituais das religiões afro-brasileiras abençoaram o Plenário Ulysses Guimarães. O Deputado Federal Luiz Alberto foi carregado por pessoas que assistiam ao ato, ao final da Sessão Solene.Representantes de vários pontos do país, estiveram presentes na sessão solene, segundo a lista do deputado Luis Alberto temos os seguintes nomes:A Mesa da Sessão Solene foi composta com as seguintes personalidades: o Ministro da Cultura, Gilberto Gil; Valdina Pinto, Makota (mãe pequena na Nação Angolana) do Terreiro Tanuri Juçara - Salvador-BA; Valnízia Pereira Oliveira (Mãe de Terreiro do Cobre - Bahia; Ialorixá; Célia Gonçalves Sousa (Makota CENARAB - Minas Gerais; Lúcia Maria Cerqueira dos Santos (Iaiá); Luiz Fareggy Alves (Ogã e Presidente Asé Dudú - Distrito Federal).Entre os presentes, o Senador Eurípedes Camargo; o Juiz do Trabalho, Laércio Lopes da Silva; o Presidente da Fundação Palmares, Ubiratan Castro de Araújo; o Líder do PT na Câmara de Vereadores de Salvador, Sr. Gilmar Carvalho Santiago; a Vereadora de Olívia Santana (Salvador); o Presidente do Conselho Estadual de Secretários de Saúde do Estado da Bahia, Emanuel da Costa Carvalho; Ivonei Pires, coordenador do Movimento Negro Unificado; Ivair Augusto Alves dos Santos, da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça; Antonio Bastos de Oliveira, Secretário de Cultura do Município de São Félix (BA); Irade Roberto, Secretário Nacional para Assuntos Externos da Comunidade Baha'i no Brasil; Mameto de Inquise; Mãe Quicasse do Terreiro Banda Lecongo, da cidade de Maragogipe; Alessandro Reis, Coordenador de Educação da UNEGRO; a Mãe Izabel, iyalorixá do Recôncavo, na Bahia; Carmem Cunha Félix, Presidente do Sindicato dos Sociólogos da Bahia; Silvanilton, babalorixá da Casa de Oxumarê; Albertino Nascimento, Secretário de Combate ao Racismo do PT de Salvador; Embaixadora Dulce Maria Pereira; coordenadora da UNEGRO, Sra. Girlene de Jesus Santana; Ivo Fonseca, membro da Coordenação Nacional das Comunidades Remanescentes de Quilombos; representantes da Coordenação Nacional das Entidades Negras – CONEN; Sr. Antonio Bastos de O. Neto, Secretário de Cultura do Município de São Félix (BA); Jaciara Ribeiro dos Santos, Coordenadora do Movimento Contra a Intolerância Religiosa; Nelson Santana, Vereador pelo PT de Salvador; Evanildo Brito, Coordenador da Entidade Comunitária Afro Lemense, de São Paulo; Nilza Martins Lima, Vereadora pelo PT de Barreiras (BA).

QUEM É GILDASIA DE OYA.

Em 1976, Gildasia dos Santos se inicia no candomblé no Terreiro de Oya em Itapuã com Elza Ferreira e Severino Ramos conhecido como Raminho de Oxossi do Axé Iboalama em Recife, sete anos mais tarde tobojinan (Gildasia dos Santos) ao completar seus sete anos de iniciada na religião recebe o cargo de yalorixá no ano de 1983.
Em 1992, Mãe Gilda participou da manifestação a favor do impeachment para a deposição do então presidente Fernando Collor de Mello quando foi clicada por algum fotografo, a imagem acabou estampando seu rosto na Revista Veja, sete anos depois por volta de setembro de 1999 para surpresa da yalorixá na época com 65 anos de idade a mesma imagem aparece estampada no Jornal Folha Universal, na foto uma tarja preta sobre o rosto de mãe Gilda e a frase: "Macumbeiros e charlatões lesam a vida e bolso de clientes'', mãe Gilda faleceu no dia 21 de janeiro de 2000 um dia depois de assinar a procuração para iniciar uma ação contra a igreja Universal do Reino de Deus, sua filha a Yalorixá Jaciara Ribeiro dos Santos ficou sendo a representante do espolho de mãe Gilda levamos a Igreja Universal aos tribunais como réu condenando-a a igreja e a gráfica a pagarem 1.372. 000.00 e a publicarem a sentença na capa do jornal por duas edições seguidas os desembargadores decidiram manter a condenação contra ambas reduzindo o valor da indenização para 960.000.00 que é o valor máximo adotado pelo TJ-BA em indenização por danos morais, eles recorreram e não querem pagar alegando que a yalorixá já está morta não tem direito algum.
Do ano de 2000 até o ano de 2005 o Axé Abassá de Ogum esteve em luto pelo falecimento da Yalorixá Gildasia dos Santos, só em 21 de janeiro de 2006 sua filha Yalorixá Jaciara Ribeiro toma posse e reabre as portas do Axé Abassá de Ogum, estivemos de luto durante cinco anos mais não estávamos parados estávamos e estamos lutando até hoje para não deixar com que a intolerância religiosa apague e desafricanize a história de um povo, o candomblé não pode acabar estamos lutando pela nossa liberdade de culto.
Nesses anos de luta muitas coisas aconteceram palestras sobre intolerância religiosa, nosso Terreiro recebeu pela Fundação Cultural Palmares, o certificado de patrimônio material e imaterial da comunidade de matrizes africana, realizamos caminhadas junto de outros terreiros contra a intolerância religiosa, fundamos uma Associação Beneficente Cultural e Religiosa para realizarmos cursos profissionalizantes que acontecem com freqüência em nosso Terreiro, encontros, doações de alimentos, distribuição de preservativos, formação de agentes de saúde, em fim realizamos uma serie de eventos que possam estar ajudando a nossa comunidade carente, que não tem a oportunidade de estar aumentando seus conhecimentos e seus campos de ação.
Agora no ano de 2008 o dia 21 de janeiro se tornou Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, essa data só veio fortalecer o combate a todas as formas de racismo e intolerância, só fez com que Salvador tivesse um novo olhar para fazer com que a humanidade perceba que temos que conviver com a diversidade, mesmo sabendo que o estado é laico ainda assim existem pessoas que praticam o racismo por pura ignorância as vezes não tem o conhecimento que racismo é crime e que está na constituição a liberdade de culto.
Esse dia veio como uma onda de mudanças de visibilidade para o povo de religião de matriz africana, sabendo que Salvador é uma cidade de 90 % de negros mesmo assim os negros tentam se embranquecer, esconde que são de Candomblé só para não perderem a oportunidade de inclusão em todos os aspectos.
Como mulher negra e líder religiosa só tenho agradecer a todos aqueles que lutam pela intolerância religiosa e por todos as outras formas de preconceito, por terem sido iluminados por nossos antepassados negros que foram reis e rainhas, sendo arrancados da África chegando aqui em condições subumanas e de escravos.
Yalorixá Jaciara Ribeiro

Mãe Beata de Iemanja


QUEM É MÃE BEATA DE IEMANJA.


Beatriz Moreira Costa – Mãe Beata de Iemanjá (1931 - )
Beatriz Moreira Costa mais conhecida como Mãe Beata de Iemanjá, nasceu em 20 de janeiro de 1931, em Cachoeira de Paraguaçu, Recôncavo Baiano. Na década de 1940, a menina Beata (como é conhecida desde a infância) muda-se para a cidade de Salvador, ficando aos cuidados de sua tia Felicíssima e seu marido Anísio Agra Pereira (Anísio de Logum Ede, babalorixá). Casa-se com Apolinário Costa, com quem teve quatro filhos (Ivete, Maria das Dores, Adailton e Aderbal). Em 1969, Beata separa-se do marido e migra para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. Para promover o sustento de sua família Beata exerceu várias atividades como empregada doméstica, costureira, manicure, cabeleireira, pintora e artesã. Trabalhava como figurante na Rede Globo de televisão, quando a empresa descobriu seu grande talento como costureira, função na qual foi contratada até se aposentar.Alguns nomes como, Mãe Regina Bambochê e Tia Davina, tornaram-se referenciais para a vida, a luta, a cultura e a religiosidade dos afro-brasileiros, e mãe Beata figura entre esses expoentes no universo fluminense. Manteve contato freqüente e atuou em várias comunidades de terreiro no Rio de Janeiro. Na década de 1980, Beata foi inciada no terreiro de Mãe de Olga do Alaketo, uma das figuras mais expressivas do candomblé no Brasil. Na mesma década abre o Terreiro Ilê Omi Ojú Arô (Casa das Águas dos Olhos de Oxóssi), localizado em Miguel Couto, na Baixada Fluminense, onde ocupa o cargo de Ialorixá.Mãe Beata participa intensamente de movimentos pela valorização da religiosidade afro-brasileira e luta pela cidadania do povo negro. O espaço da Casa de Candomblé passa a ser utilizado como referência da resistência da religião, cidadania, cultura e dignidade da população afro brasileira, com foco na defesa dos direitos das mulheres negras, investindo no intercâmbio das mulheres dos terreiros com o movimento feminista. Como escritora retrata a realidade da tradição das Comunidades de Terreiro nas obras Caroço de Dendê, Sabedoria dos Terreiros, Tradição e Religiosidade, O livro da saúde das mulheres negras e As histórias que minha avó contava. Mãe Beata de Iemanjá recebeu no dia 07 de março, o diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz de 2007, do Senado Federal, em sessão solene do Congresso Nacional. Essa sacerdotisa, reconhecida pela liderança e capacidade de articulação é, atualmente presidente de honra do grupo de mulheres negras Criola.

QUEM É PAI RONDINELE DOS SANTOS DE OXUM.


Rondinele dos Santos nasceu em Teresina, capital do Estado do Piauí, em 25 de março de 1985. Desde pequeno acompanha as atividades e ação do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase/MORHAN/PI e também atividades na sua comunidade onde exerceu diversos trabalhos com a juventude da Vila Nova Parnaíba – antiga Prainha, movimento que tem por objetivo estimular uma mobilização social em torno do controle da hanseníase e acabar com o preconceito e discriminação secular que acompanha essa doença. A partir de 1998, Rondinele se torna um dos voluntários mais atuantes do MORHAN tanto em nível nacional como estadual. Em 1996 participar como voluntário na Rede de Voluntariado de Teresina e logo em seguida e convidado pelos membros da rede para ser coordenador geral do devido movimento, movimento este que agregar voluntários de diversos bairros de Teresina em diversas funções em instituições. Em 2000 participa como dançarino do Grupo Afro Cultural Coisa de Nêgo, grupo piauiense que visa devolver a identidade negra e auto-estima da população do Estado, através da estética negra, da dança, do canto, do toque do tambor e da cultura como um todo. Em 2002 deixa a dança pra se dedicar à elaboração de projetos e captação de recursos pro grupo conseguindo importantes parcerias. Em 2001 participar é eleito Conselheiro de Juventude pela devida entidade. Em 2003 também e eleito como Conselheiro Estadual de Segurança Alimenta e Nutricional e também no mesmo ano também e eleito como Conselheiro de Saúde Bucal. Buscando trabalhar com ações e atividades que estivessem de acordo com sua religiosidade, no ano de 2004, Rondinele dos Santos funda em Teresina a Associação Santuário Sagrado Pai João de Aruanda e o Grupo de Cultura Afro-Abá. Essa Associação é uma entidade sem fins lucrativos que visa implementar ações afirmativas junto às Comunidades Tradicionais das Religiões de Matriz Africana. Em 2005, como membro da Coordenação Geral do Morhan/PI, articula e implementa o 12º Encontro Nacional do Morhan. No ano de 2006, Rondinele dos Santos funda a Rede Estadual de Cultos Afro Brasileiros do Piauí e Saúde, entidade que objetiva agregar as tendas, terreiros e também promover as políticas públicas voltadas para as comunidades de terreiros e tendas de Candomblé, Umbanda e Quimbanda. Atua no primeiro ano como Presidente da Rede, e no ano seguinte como Vice-Presidente. Em 2007, como referência no Estado nas questões que envolvem a religiões de matriz africanas, articula e implementa, juntamente com outras parcerias, o I Seminário Estadual de Comunidades das Religiões de Matriz Africana e também Participou do I Congresso Internacional de Hanseníase na Índia na Cidade de Nova Delia. É nomeado Assessor da EMGERPI no Governo do Estado do Piauí, onde exerceu a função de 2007 a 2008. Trabalhou na Coordenadoria Estadual de Direitos Humanos e Juventude. Nesse cargo, conseguiu importantes avanços, principalmente no projeto de Mapeamento das Comunidades tradicionais de Terreiros do Piauí e de alocação de recursos para projetos para essas comunidades. No ano de 2009 deixa a assessoria para, de fato, representar a Sociedade Civil. Hoje é o representante Nordeste da Rede Estadual de Cultos Afro-Brasileiros do Piauí e Saúde e da Associação Santuário Sagrado de Aruanda, 1º Secretário de Comunicação do Movimento de Reintegração da Pessoas Atingidas pela Hanseníase do Piauí e Coordenador da Central de Voluntariado do Piauí. No mês de setembro criou a Rede Municipal de Juventude de Terreiro de Teresina na Zona Sudeste de Teresina na Tenda Monte Serrat. O mesmo foi indicado por alguns movimentos sociais a nível nacional para receber uma comenda em Senegal na África no dia 04 de outubro pelo seu trabalho desenvolvendo no Brasil em diversas entidades dos Movimentos de Cultura, Saúde e LGBT etc. Também em 2009 lançou criou o grupo Egbé, grupo que trabalha com LGBT dos Terreiros e também em 2009 cria se Rede Estadual de Mulheres de Axé grupo este para buscar e propor políticas publicas para as mulheres de axé, também no mesmo ano realizou a I Caminhada Contra a Intolerância Religiosa de Teresina. Em 2009 também pautamos juntamente na Câmara de Vereadores de Teresina através da Vereadora Rosário Bezerra a primeira audiência publica com as Comunidades de Terreiros de Teresina, onde pautamos a importância da Isenção do IPTU e realizamos o segundo Encontro das Expressões Culturais dos Terreiros do Piauí em Parnaíba na Praia de Atalaia com a participação de mais de 8 mil pessoas entre diversos municípios do Piauí.

ACONTECEU I FÓRUM DOS TERREIROS DE CANDOMBLÉ DO RIO DE JANEIRO


Trinta e dois terreiros fluminenses já estão inventariados. A SEPPIR e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) apresentam, durante o I Fórum dos Terreiros de Candomblé do Rio de Janeiro, a primeira fase do trabalho de mapeamento dos espaços religiosos do estado e as medidas a serem adotadas para a sua preservação. O evento está sendo realizado nesta segunda e terça-feira (5 e 6 de abril), na sede do IPHAN, no Rio de Janeiro (Av. Rio Branco, 46, Centro).
O I Fórum faz parte do projeto Terreiros do Brasil, desenvolvido pela SEPPIR com o objetivo de articular políticas públicas para o fortalecimento institucional e melhoria da qualidade de vida das comunidades de religiões de matriz africana. Os participantes terão a oportunidade de discutir questões como o tombamento, a salvaguarda e o registro das práticas culturais diretamente com as comunidades.
Lançamento - Durante o evento, ainda será lançado um CD-ROM com o histórico das casas mapeadas e depoimentos de pesquisadores especializados no tema. Dos 32 terreiros já inventariados no Rio, dois têm processos de tombamento no IPHAN, e outros dois entraram com pedidos recentemente.
FONTE:Comunicação Social da SEPPIR /PR